Valorização do Património Mineiro

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A Eurorregião A3 possui um importante património arqueológico, arquitetónico, cultural, paisagístico e ambiental de enorme transcendência e potencial como elementos de desenvolvimento, que conta com oito locais considerados Património Mundial pela UNESCO, e inúmeros Bens de Interesse Cultural (BICs), que atuam como fatores de atração turística e desenvolvimento local. Inclui também a Faixa Piritosa Ibérica (FPI), com uma concentração significativa de sulfuretos maciços, extração de cobre, zinco, chumbo e, em alguns casos, metais preciosos como ouro e prata. Tem cerca de 250 quilómetros de comprimento e 30 a 50 quilómetros de largura, de Alcácer do sal em Portugal até à província de Sevilha em Espanha. O abandono atual da maioria das minas que estavam ativas no século XIX e metade do século XX constitui um importante património arqueológico industrial que parece não ser adequadamente considerado pelos povos e habitantes da região, e cuja importância e interesse turístico e paisagístico é necessário destacar e valorizar. Nestas bacias de mineração encontram-se minas declaradas Bens de Interesse Cultural, como a corta Atalaya, Peña del Hierro em Espanha ou a mina de Lousal e a mina de São Domingos em Portugal, além de outras instalações relacionadas com a mineração.

O consórcio PROBIOMA tem verificado que na Andaluzia, apenas na cidade de Minas de Rio Tinto o património mineiro é valorizado, com o centro de interpretação do parque mineiro, o Museu Mineiro e a ferrovia turística pelo curso do Rio Tinto, através da Fundação Rio Tinto, enquanto que em Portugal, essa valorização é concretizada apenas na mina do Lousal com o Centro de Ciência Viva do Lousal. Como parte das atividades dos beneficiários deste projeto, serão desenvolvidas uma série de ações para a recuperação dos ambientes subterrâneos estudados no Alentejo e no Algarve e na bacia mineira de Rio Tinto, como forma de apoio à regeneração física, económica e social das comunidades e zonas rurais desfavorecidas. Estas ações incluem:

– desenvolver conteúdos multimédia, realidade virtual e realidade aumentada para telemóveis e tablets que permitam valorizar os sítios do ponto de vista turístico e patrimonial;

– criar um conjunto de atividades (preparação de apresentações e demonstrações práticas a nível laboratorial) para posterior comunicação a audiências diversificadas, incluindo ações de sensibilização das populações locais;

– elaboração de guias e desenho de roteiros de ecoturismo e arqueologia industrial que transmitirão uma mensagem em torno da valorização e conservação do património. Esta ação incluirá a preparação de diferentes meios interpretativos (visitas guiadas, impressos, audiovisuais, etc.), comentando o valor dos locais, ou os seus benefícios para a sociedade, explicando as razões para o seu cuidado ou proteção e incentivando boas práticas e condutas com o património e a comunidade local. A conceção de um itinerário de ecoturismo e arqueologia industrial na bacia mineira de Rio Tinto pode ser uma contribuição para a economia da região, através da atração de turistas para essa região deprimida. Ao mesmo tempo, a implementação do itinerário pode contribuir para a criação de emprego (guias, motoristas de veículos, etc.). Atualmente existe apenas um parque mineiro na cidade de Minas de Rio Tinto compreendendo um Museu Mineiro, a mina Peña del Hierro e uma ferrovia turística para uma pequena parte do curso do Rio Tinto, promovidos pela Fundação Rio Tinto. O itinerário proposto cobriria outra área da bacia mineira, mais longe, no Andévalo, e completaria a oferta existente.

Além disso, o projeto PROBIOMA estudará várias grutas e, em particular, a Gruta de Escoural, no Alentejo, a única em Portugal que apresenta pinturas rupestres do Paleolítico. Esta ação destina-se a:

– desenvolver conteúdos multimédia, realidade virtual e realidade aumentada para telemóveis e tablets que permitam valorizar esta gruta do ponto de vista turístico e patrimonial, reforçando e melhorando a visita e experiência do visitante

– implementar um sistema de monitorização de baixo custo que permita monitorizar a evolução do ecossistema e da sua biodiversidade, e desenvolver um programa a médio prazo para a conservação das pinturas.